sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Atos de ignorância e intransigência cognitiva, por Major-General Carlos Branco, 02/01/2025

Antecipando uma possível interrupção nos combates que se travam em território ucraniano, após a tomada de posse de Donald Trump, tem vindo a germinar na comunicação social do velho continente a irrealista, inútil e perigosa ideia de colocar forças de manutenção de paz em território ucraniano para monitorizar o cumprimento de um eventual cessar-fogo entre forças russas e ucranianas. A sua apresentação tem-se revestido de algumas variantes, mas todas elas incorporando a premissa de que com Trump na presidência e Washington a preparar-se para abandonar o barco, serão os europeus quem carregará com o fardo do apoio à Ucrânia.


Caso estivéssemos distraídos, o candidato a chanceler alemão Friedriech Merz lembrou-nos que o envio de forças de manutenção da paz europeias para a Ucrânia deve ser coordenado com a Rússia, como se fosse possível ser de outra maneira.


O que fará a próxima Administração americana relativamente à Ucrânia tem sido objeto de abundante especulação. Há soluções para todos os gostos. Se Kiev não estiver disponível para se sentar à mesa das negociações, Trump cessará o apoio à Ucrânia, mas se a indisponibilidade for da parte russa, então o apoio a Kiev continuará incessantemente enquanto for necessário.